Na última sessão de Filosofia para Crianças deste ano lectivo com o 4ºD visualizámos esta breve animação de Jan Pinkava, conhecido, entre outras coisas, por ter escrito Ratatouille.
Foram criadas perguntas a partir da animação e o objectivo era escolher a mais interessante e tentar uma investigação em direcção à resposta.
Ficam as mesmas:
Porém, o comentário da Bia redireccionou totalmente o curso da sessão, quando a sua pergunta não foi votada por ninguém - «estão a ser mauzinhos comigo... :( »
Foi tempo, apesar de curto, de percebermos que criticar uma pergunta, uma ideia nada tem que ver com «ser mauzinho» para a pessoa que a produziu.
- Catarina, tu és a tua pergunta?
- Hummmm... (Catarina)
- Grupo, a Catarina é a pergunta dela?
- Não. Ela podia ter feito outra pergunta. (Daniel)
- Há mais coisas na Catarina do que a pergunta dela?
- Sim.
A confusão inicial da Catarina desvaneceu-se e rapidamente ela avançou:
- Eu tenho medo de alturas, imaginem. Eu sou o meu medo?
- «Não. A professora é mais coisas para além desse medo. Mas também esse medo faz parte de si. Também vai fazer aquilo que a professora é.»
Pois bem, somos os nossos medos, somos as nossas perguntas, os nossos desejos... E contudo não somos só isso...
Mais uma vez um grupo de performance excelente!
Grata a todos por tão boa forma de terminar o ano!
Hoje, depois de uns feriados de interregno das nossas sessões semanais, a Filosofia para Crianças voltou ao 4º D com a tarefa de elaborar o até agora ensaiado Mural de Poesia Visual.
O seu aspecto geral e final foi este:
Neste Mural houve espaço para uma visita guiada ao exposto e para alguns destaques:
O exemplo que se segue é o poema duplo do Diogo B. que se constrói pela repetição simples de duas palavras: Amizade e Amor.
«Laurinda (facilitadora (f) - Porquê?
Diogo B. (D.B.) - Porque essas são paralavras que eu gosto mas que também são essenciais. Estas palavras significam muito para mim. E são muito importantes. Por exemplo para os pobres. Os pobres não têm casa, não têm comida, não têm cama, não têm água... Não têm mesmo quase nada. Portanto o amor é muito importante para eles.»
f - Mas eles têm amor?
D.B. - Também podem não ter... Mas deviam ter.
f - Se tiverem amor, deixam de ser pobres?
D.B. - Hummm... Ah! Sim. Sim: por exemplo um milionário, como tem muito dinheiro pode dar metade.
f - Então, se houver amor e amizade a pobreza acaba?
D.B. - Sim.»
«D. B- Este poema surge da minha amizade, do meu amor, da minha criação. Da minha bondade.
No Dia Mundial da Criança as sessões de Filosofia a elas dedicadas debruçaram-se sobre duas perguntas muito simples:
O que é ser criança?
Qual a mensagem que deixas à humanidade?
Depois foi só ir construindo o mural para que as suas vozes perdurem ecoem de outro modo na escola.
Ficam algumas das mensagens, em torno da tolerância, respeito, amizade, nascimento e morte e do que fazemos com o nosso tempo. Vale a pena ler!
«Devemos respeitar cada pessoa pelo seu aspecto e outras coisas.» Alexandre
«Fiquem todos amigos, em paz, felizes e contentes.» Elena
«Há um dia especial e um dia desesperante. O dia especial é quando nascemos. E o dia desesperante é quando chega a altura de morrer e estes dias são dias que nós nunca nos vamos esquecer.» Celina
«Não deixar de existir carinho pelas outras pessoas, não tratá-las mal e respeitar toda a gente, quanto à maneira de ser, à raça, às reacções...» Joana
«Brinquem muito até ao resto da vida ou senão só vão ter tempo para trabalhar.» Mariana
«Ser amigo de toda gente é a melhor coisa que pode acontecer a uma pessoa.» Fábio